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sexta-feira, 10 de julho de 2009

O réquiem tucano no RS

A saída do secretário Otaviano Brenner de Moraes do primeiro escalão do governo Yeda parece marcar o início da última fase de um governo que agoniza desde o meio do ano passado mas que esteve doente desde o seu nascimento. De direito, Otaviano era o Secretário Estadual de Transparência. De fato, era o último dos homens fortes do governo fazendo as vezes de Chefe da Casa Civil, advogado de defesa da governadora e até mesmo seu porta-voz eventual. Sua saída no mesmo dia em que vieram à tona informações de que outros dois secretários estão na mira da Polícia Federal (Marco Alba, da Habitação, está sendo investigado e Rogério Porto, da Irrigação, já foi indiciado), debilita Yeda de tal forma que, nos corredores da Assembleia Legislativa, já se começa a falar em renúncia da governadora.

Embora pouco provável pela postura adotada por Yeda diante da crise – ela posa ao lado de pés de bungavília, faz uma balanço comemorativo de 30 meses mas se esconde da imprensa, segue reafirmando que o Estado vai muito bem obrigado quando todo o funcionalismo pede seu impeachment e qualifica de requentadas denúncias dos próprios partidários que a colocam como figura central de uma quadrilha – a renúncia da governadora certamente seria vista por alguns aliados como um verdadeiro alívio.

Ninguém fala publicamente isso, mas nos bastidores, lideranças dos grandes partidos que apóiam Yeda já estariam cogitando conversar com o vice-governador Paulo Feijó (DEM) sobre uma futura composição de governo. Seja por torcer pela renúncia, seja por não mais acreditar numa reabilitação política da tucana ou, ainda, por considerar que, quando todas as investigações se encerrarem, o que era para ser o “novo jeito” não terá mais jeito algum.

Quem faz estas contas deve estar levando em conta que há denúncias contra gente do governo em toda a parte, no Ministério Público Federal, no Ministério Público de Contas, no Ministério Público Estadual, no Ministério Público Eleitoral, na Polícia Federal, na Procuradoria Geral da República e até no Supremo Tribunal Federal. Qual é, afinal, o órgão que não está investigando o governo Yeda?

É mesmo muita fumaça para que seja produzida por uma fogueirinha de fundo de quintal e tudo leva a crer que o incêndio seja de grandes proporções e já possa estar comprometendo até mesmo as estruturas da mais importante e imponente construção do Estado, o Palácio Piratini.

Por Maneco, no blog www.rsurgente.org

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