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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Conlutas debate movimento GLBT no FSM


Cerca de 70 pessoas participaram nesta terça, 26, do debate sobre a luta GLBT e a reorganização dos movimentos combativos: estudantes, trabalhadores e diversidade sexual. A atividade fez parte da programação da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) no Fórum Social Mundial 2010, em Porto Alegre, e aconteceu na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados (Sindppd-RS).

O evento reuniu categorias de diferentes estados do Brasil, dentre companheiros da Conlutas e movimentos ligados à luta GLBT. Os painelistas, Douglas Borges, do GT GLBT da Conlutas, e Roberto Seitenfus, do Grupo Desobedeça, abordaram temas como a luta contra o preconceito e a discriminação e a importância do movimento sindical e estudantil na construção de alternativas de combate à homofobia.


O encontro teve como objetivo principal discutir a construção de um movimento GLBT independente do Estado, dos governos e empresários na tentativa de resgatar as bandeiras históricas da luta em favor dos trabalhadores homossexuais, hoje secundarizadas ou mesmo deixadas de lado pela maioria das organizações que, de uma forma ou de outra, foram ganhas pelo governo Lula.

Douglas enfatizou a urgência na aprovação do Projeto de Lei que propõe a criminalização da homofobia (PL-122) e criticou o chamado “mercado pink”, como instrumento do capitalismo que segmenta economicamente os homossexuais, discriminando os que não têm dinheiro para comprar a sua segurança e o respeito à sua orientação sexual. Ele também mencionou a importância do encontro que ocorrerá ainda este ano, no Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), que visa encaminhar o processo de fusão da Conlutas com a Intersindical.

Douglas descreve essa união como um passo importante para abrir debates a respeito da luta GLBT. “Essas duas organizações do movimento sindical surgiram no governo Lula e se destacaram como campo combativo, à parte das demais entidades. A junção desses dois elementos abre, portanto, um terreno fértil para que a gente possa discutir os movimentos sociais, em particular, a causa GLBT”, declarou.

Logo após, Roberto Seitenfus falou sobre as organizações das Paradas e Miniparadas Livres em todo o Brasil que, ao depender de verbas e patrocínio dos governos e das empresas, acabam espalhando paradas-shows durante todo o ano, desconsiderando o dia 28 de junho, Dia do orgulho GLBT. Reiterou, também, a questão das opressões sofridas pelo público não consumidor do mercado GLBT e denunciou, principalmente, o Shopping Nova Olaria, local da cidade frequentado por um público GLBT, que seguidamente comete atos de preconceito e repressão contra homossexuais.


Por Aline Costa




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