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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Texto publicado em maio de 2009. Atualíssimo, independente do governo de plantão

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS???

Embalada pela proposta de "inovação" do MEC, Mariza Abreu lança mais um projeto bombástico. Provavelmente no intuito de mostrar trabalho (logo após o 01 de maio), ou para se dizer inovadora, adiantando-se ao Ministério da Educação, a secretária da (des)educação volta às manchetes de seu "jornal oficial" com a notícia de agrupamento de disciplinas. Segundo ela, tal proposta objetiva a desfragmentação do ensino.

Na verdade, sua "reorganização curricular" tem a clara intenção de 'poupar gastos', 'enxugar a máquina', 'reduzir custos'. Organizar o currículo em apenas quatro áreas, fazendo com que professores lecionem disciplinas para as quais não são habilitados, nada mais é que dar o derradeiro passo para a destruição da educação pública gaúcha.

O mais impressionante de tudo é dizer que a mudança será implantada no ano letivo de 2010 e que o próximo (necessário) concurso público - provavelmente ainda em 2009 - já selecionará profissionais para área, em vez de disciplina. A questão é: NÃO há no RS profissionais habilitados desta maneira (se houver, o número é muito reduzido!). Desconhece a Srª secretária a existência de cursos de graduação específicos para Língua e Literatura Portuguesa, Química, Educação Física, Matemática, Biologia, Física, História, Geografia, enfim? Poucos são os cursos que preparam para "grupos disciplinares".

Na verdade, o objetivo é claro: decretar que os profissionais da educação no RS não são competentemente preparados para educar no séc. XXI. Até existe a menção de que os cursos de formação devam ser modificados. Mas isto é futuro do subjuntivo, ou seja, uma possibilidade que ainda não ocorreu. Portanto, é ilógico, insensato e insano cobrar algo para o que não existe preparação.

Ao citar o ENCCEJA (exame nacional para certificação de competências de jovens e adultos), traz à tona mais um grande equívoco na formação básica brasileira. O que tem ocorrido nos últimos anos, é um número avassalador de pessoas com certificado de conclusão de ensino fundamental e médio, sem ideia sobre os conteúdos básicos para lograr aprovação num concurso público de tais níveis. São alunos que frequentaram no máximo a 6ª série, aprovados para o ensino médio e, consequentemente, estudantes do 1º ano, concluindo mais este nível. Com a disseminação das EADs, logo em seguida, os mesmos estarão com diploma universitário.

Toda esta "evolução" educacional, na prática, significa formação de mão-de-obra barata ou analfabetismo funcional em nível superior. Desta forma, cada vez o Brasil engrossará mais o número de favelas, empregos informais, desempregados por falta de preparo básico e, quiçá, tornar-se-á um grande exportador de "peões" para os países desenvolvidos (imperialistas). Este, sem dúvida, é o grande objetivo neoliberal na educação.

Outro aspecto relevante de toda a "proposta revolucionária" é a imposição, feita de cima, como é comum ocorrer no atual governo. No famoso DVD "lições do RS - professor nota 10" foram ventiladas as mudanças, mas - até onde se tem conhecimento - não houve nenhuma consulta aos reais interessados e envolvidos em tal processo...

Publicado, originalmente, em 06 de maio de 2009, com comentários importantíssimos dos companheiros Tiaka, Orlando e Altemir.

A propósito: Qual a diferença entre governo Yeda e governo Tarso???

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