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segunda-feira, 24 de maio de 2010

A farsa da meritocracia

O projeto que dá prêmios ao atingir metas não valoriza o servidor público. Ao contrário, a real intenção é retirar vantagens. A situação mais grave é o cumprimento da emenda 19 que estabelece o fim da estabilidade do servidor público. Portanto, quem não concordar com as políticas do governo de plantão não terá avaliação positiva, correndo o risco de ser demitido, como já acontece em Minas Gerais, do PSDB de Aécio Neves.
A meritocracia era uma das condições para a governadora Yeda receber o total do empréstimo do Banco Mundial, ou seja, este projeto também atende aos esquemas dos governos para retirar verbas das áreas sociais para poder garantir o lucro dos banqueiros.

Meritocracia sempre será meritocracia

Meritocracia é igual com o PSDB, com o PT, com o PMDB, ou qualquer outro partido comprometido com os empresários e a burguesia estadual e nacional.
A pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, defende a meritocracia no serviço público, defesa feita há poucos dias no TS e que é respaldada pelo pré-candidato ao governo do estado, Tarso Genro, que obviamente defende, pois quando foi ministro da educação de Lula, instituiu o PDE.
Não existe diferença entre a meritocracia da Dilma e a meritocracia da Yeda – inclusive, Dilma citou, na defesa do projeto, o dono da Gerdau, conselheiro de Yeda.
O projeto defendido por Dilma – que dá prêmios a poucos, exclui aposentados, não leva em conta as condições de trabalho e salário dos servidores, demite e persegue os trabalhadores – foi derrotado aqui no estado. Os trabalhadores da educação impediram Yeda de fazer o mesmo que Serra e Aécio vêm fazendo em seus estados, destruindo os serviços públicos e colocando a culpa nos trabalhadores.

Coerência ou decorrência das políticas neoliberais?

A defesa da meritocracia de Dilma é a continuidade de políticas adotadas desde cedo pelo governo de Lula, ou seja: aplicação de políticas neoliberais, que buscam diminuir o financiamento do Estado e estimular a participação e a parceria da iniciativa privada na gestão pública. Para isso lembremos a reforma da previdência de 2003 e, hoje, Lula mantém o fator previdenciário.
Portanto, não deve haver surpresa quando a candidata do PT fala em meritocracia. O PT, que era crítico da maioria destas políticas, hoje não tem problemas em defendê-las. A defesa da meritocracia é uma decorrência natural dos rumos das políticas adotadas pelo partido. A meta de Lula sempre foi fazer caixa, diminuindo investimentos para pagar banqueiros internacionais e nacionais, obtendo como prêmio seu segundo mandato.
A candidata do PT não tem a mesma popularidade de Lula e, por isso já sinaliza como será sua política, coerentemente, procurando respaldo nos setores empresariais - foi por isso que lembrou o dono da Gerdau ao defender a meritocracia.
Os problemas da educação não serão resolvidos premiando uns poucos. A solução passa por políticas iniciadas na oferta de escolas em condições e em busca da valorização efetiva dos educadores. A meritocracia nada mais é que outra tentativa dos governantes de se omitirem frente a sua principal obrigação: o financiamento da educação pública.
Por Manoel Fernandes - 22º núcleo do CPERS - Gravataí

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